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| FOTO: BIBLIOTECA FAMÍLIA BECHMAN. AUTOR: GEÓG. M. BECHMAN, 2013. |
Neste dia 15 de Outubro, rememora-se o Dia Nacional dos Professores. No Brasil, é lugar comum há décadas que a explicação para os fracassos no campo socioeconômico e em relação ao desenvolvimento do país sejam atribuídos à educação. Se a sociedade é violenta, a culpa é da falta de educação, se não se tem recursos financeiros necessários ao desenvolvimento dos lugares, cidades e do país, a culpa é a falta de educação...e assim, se arrasta por anos análises curtas e justificativas as mais inexoráveis possíveis.
Economistas escrevem sobre educação prescrevendo soluções quantificáveis como se a solução fosse apenas técnica, sociólogos buscam análises sem proposições...e assim passam-se os anos e a Escola e os Professores continuam um "sacerdócio", a medida em que professores em suas escolas do século 21 ainda não dispõe de um salário perto de sua dignidade e em alguns lugares, estão ameaçados pela falta de segurança e expostos á superexploração pelas duplas e até triplas jornadas de trabalho. Quando será que seremos uma PROFISSÃO DE VERDADE?
Precisamos sim de Mais Médicos, de Mais Físicos, de Mais Geógrafos, de Mais Professores que sejam reconhecidos como profissionais pelos poderes público e privado.
A banalização desta atividade da docência e a manipulação de suas entidades históricas e representativas colaboram para a perpetuidade de um quadro de impotência diante da realidade profissional visualizado na quantidade de evasão dos cursos de licenciatura pelo país afora e da promiscuidade em que "qualquer um pode dar aula" ou ainda, a do fato de que se o jovem escolher a licenciatura como profissão, nas próprias universidades já lhes advertem: "Você já sabe né? Vai ganhar mal!".
Este modelo mental sobre o magistério vem sendo edificado e implantado a cada geração de brasileiros que vêem a atividade profissional como um "sacerdócio" (Ops! pelo que sei hoje até os sacerdotes são remunerados).
Neste cenário, não há como evitar a superexploração do trabalho, o sobretrabalho com as atividades que se leva para casa, as atividades que o professor faz fora do seu horário de trabalho não remunerado - aliás muitas vezes, atividades burocráticas administrativas que não estão contempladas no seu contrato de trabalho e que em outras situações não tem nenhuma relação com a Educação.
Peço aos colegas de docência que neste 15 reflitam sobre nosso papel neste século 21 que já alardeou a Era da Educação a Distância e o fim do Professor, que não deixe que a beleza e o encantamento de nossa atividade esmaeça, legando este mundo velho ás futuras gerações.
Aproveite o dia...cuide de você! Faça aquele programa que sempre quis fazer. Com a mente livre, exercite o prazer da vida num passeio pela natureza, seja nas águas e em um parque ou ainda fique á vontade com a família e nunca esqueça, como bem nos ensina William Sheaskeapeare "O mestre é um ponto no universo"
Um grande abraço e um beijo a todos os colegas!
